quinta-feira, 18 de junho de 2020

Importância do acompanhamento psicológico do idoso no contexto da pandemia da Covid 19

A psicóloga Vitória Monteiro que desde a primeira hora tem acompanhado os idosos inscritos no projecto Viva Idosos destaca a importância de preparar os idosos para enfrentar o período “frágil” da pandemia da Covid 19.

A partir dos 60 anos as pessoas estão mais propensas ao agravamento da sua condição de saúde em função da Covid-19, principalmente quando apresentam comorbidades, tais como diabetes, hipertensão e cardiopatia.

Por isso o planejamento e execução dos cuidados aos idosos durante a pandemia, requer não só aspectos biológicos, mas também as questões emocionais, sociais e relacionais ligadas ao envelhecimento.

O impacto da pandemia da Covid 19 na saúde e no bem-estar dos idosos, ainda que eles não sejam infectados pelo novo coronavírus tem grande impacto nas suas vidas.

Nesse sentido, permanece o medo de ser infectado, transmitir a doença, vir a falecer ou mesmo perder pessoas queridas, bem como a frustração e a solidão que podem ser provocadas em decorrência da mudança da rotina e do distanciamento social, destacam a psicóloga Vitória Monteiro.

Para esta profissional, que se mostrou satisfeita e disponível com o retorno das actividades, é importante preparar os idosos de forma a saber conviver com a doença, evitando o medo, a angústia, ansiedade.

Para que isso aconteça, a psicóloga disse ter recorrido mais uma vez a técnica da terapia ocupacional, aproveitando da música, uma prática que considera ajudar a trabalhar a parte emocional do idoso. “Esta técnica ajuda a levantar o astral do idoso e a reviver momentos”.

Vitória Monteiro realçou ainda a importância dos familiares na vida do idosos, por isso o objectivo também é fazer com que a família interaja com idosos durante as sessões aplicando diferentes técnicas nomeadamente através da música, da dança, do psicodrama e da pintura.

Com a situação da pandemia da covid 19 não é ainda possível regressar ao convívio normal com actividades presenciais, apesar dos idosos mostrarem cedentes. “Naquilo que eu reparei nos últimos dias durante as visitas, alguns mostraram a necessidade falta do convívio presencial entre os mesmos.

Uns choraram, outros pediram e perguntaram em que tempos vão voltar ao convívio com os outros”, disse a psicóloga emocionada.
Por outro lado a psicóloga disse continuar com as actividades com o objectivo também de resgatar tradições e valores antigos através de confecção de bonecas.

Cláudia Santos

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