quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Madrid acolhe de 15 a 17 de setembro 2019 a próxima etapa do "Espirito de Assis" sob o lema "Paz sem Fronteiras. Religiões e culturas em diálogo"






Em Outubro de 1986 o Papa João Paulo II convocou, em Assis, uma oração inter-religiosa pela paz. Responderam ao seu convite representantes das principais religiões do mundo e de todas as confissões cristãs. Foi a primeira vez que homens de todas as “crenças” lançavam ao mundo, unidos, um apelo comum à paz. A intuição do Papa foi simples e profunda: reunir os crentes de todas as religiões mundiais na cidade de São Francisco, pondo o acento sobre a oração pela paz, um ao lado do outro, diante do horror da guerra. Na conclusão do encontro de oração o Papa disse: “continuemos a difundir a mensagem da paz e a viver o espírito de Assis”.

Encontro de Assis

Andrea Riccardi (Fundador da comunidade de Sant´Egídio) sentiu-se profundamente interpelado por aquele chamamento e propôs continuar o caminho traçado pelo encontro de Assis. Desde então – era o 1987- através de uma rede de amizade com representantes de todas a “fés” e culturas do mundo, a comunidade de Sant´Egídio continuou a promover uma peregrinação de paz com paragens, cada ano, em diversas cidades da Europa e do mediterrâneo. Com efeito, a partir daquela ideia surgiu um percurso de diálogo que, com o passar do tempo, revelou a sua extraordinária profundeza espiritual. Seguindo o caminho indicado pelo “espirito de Assis” as grandes religiões do mundo, junto com a comunidade, continuam a buscar um caminho juntos, levantando o olhar e dirigindo-o para o mundo e para os sofrimentos da humanidade do nosso tempo. Esta peregrinação sempre foi caracterizada por um profundo respeito pela diversidade cultural e religiosa do outro, mas também, animado pelo desejo do diálogo mútuo, na paciência, numa via de amizade e compreensão recíproca.


As religiões e a paz

Estes encontros anuais são caracterizados por um diálogo de teor cultural e religioso sobre diversos temas da actualidade que tocam directamente o problema do relacionamento entre as religiões e a paz. O momento da própria oração tem lugar, pois, no fim de alguns dias de intensos debates. Nisto, pode-se encontrar a implementação daquele “método de Sant´Egídio” fundado sobre o diálogo entre pessoas diferentes, em busca de razoes de entendimento e encontro comum. Sem confusão. Mas também sem intolerância e separações, naquela liberdade própria do diálogo, cada um pode descobrir novamente a raiz de paz que reside no profundo das crenças. Isto tudo contribuiu para a construção de um ambiente de profunda amizade ente os participantes. Assim, ano após ano, os homens da religião que tomaram parte assiduamente nestes encontros, constituíram um grupo de pessoas amigas que, apesar das diferenças, se deram a um objectivo comum, mormente, testemunhar o desejo de paz das religiões. Neste sentido, muçulmanos, judeus, budistas, hindus, cristãos de todas as confissões, embora divididos sobre muitas outras questões, se encontram, cada ano, sentados uns ao lado dos outros, exprimindo uma autêntica vontade de paz.


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